Ilusão no audiovisual
Parece ser uma obviedade trazer nesse dicionário essa palavra ilusão, mas fico pensando no espanto das crianças que observo em suas primeiras experiências audiovisuais. Elas arregalam os olhos quando começamos a questionar sobre a “ilusão do movimento” produzido nas animações e no cinema. Quando as convidamos para “brincar” com os brinquedos óticos, como o Thaumatrópio (um disco de papelão com uma imagem diferente de cada lado. Quando giramos esse disco as imagens se combinam formando uma só) e o flipbook (uma série de imagens organizadas sequencialmente, no formato de um livreto para ser folheado dando impressão de movimento), logo percebem o quanto cada um participa da construção dessa ilusão.
A corrida para desenvolver aparelhos que captassem e projetassem imagens foi interesse de muitos cientistas, de diferentes países e os estudos no campo da física, da matemática e da química foram fundamentais para que se pudesse chegar ao cinematógrafo (Irmãos Lumière/1895), tendo como precursor o Cinetoscópio (Thomas Edison/1890)e tantos outros dispositivos. A ideia inicial era de que 16 fotogramas por segundo seria um ótimo número para criar a ilusão de movimentos, conforme Plateau, com seu fenacistoscópio, em 1893. Atualmente, nessa era digital, se usa 24 fotogramas/frames por segundo.
A ilusão no audiovisual é inerente e por certo
convoca de cada espectador tal disposição e apreço a essa condição. Foi com
essa característica que muitas outras dimensões se desenvolveram, inclusive para
imprimir as impressões de realidade e seduzir cada vez o espectador para viver outras experiências.
Salve a ilusão no audiovisual, sem dúvida, é essa dimensão que potencializa um
devir, já que pode trazer, dissolver, sugerir, criar e transformar realidades.
Fantastica exposiçao!
ResponderExcluirIrei passar para a autora. Obrigado!
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