Imagens padronizados possuem sentidos padronizados e, consequentemente, uma produção imagética padronizada. Como forma de iniciar a problematização das imagens padronizadas e não padronizadas, são apresentadas 15 imagens aos alunos, algumas de publicidade e outras pinturas. Qual a palavra que vem a sua mente quando as vê? Quais imagens possuem os sentidos e palavras “padronizados”, não nos permitindo ir além da imagem? O que entender com o comentário “pera, não passa, ainda não consegui pensar”?
Cada imagem de propaganda (1,3,5,7,9,11,12 e 14) e artística (2,4,6,8,13
e 15) possui o sentido construído e algumas naturalizadas, com mais respostas
iguais, ou com respostas diversas, bem diferentes uma da outra. Criamos as
mesmas percepções sobre aquela imagem, vendida e consumida em nossa sociedade,
e nos tornamos reprodutores desses sentidos.
Na aplicação da dinâmica, se observa que as imagens artísticas possuem
mais “expressões” em relação a imagens de propaganda. O sentido é construído
quando está vendo e não previamente. Para a imagem artística o sentido é
construído ao ver a imagem mesmo para aqueles que já tenham visto anteriormente.
O significado da imagem é construído a partir de uma única imagem ou um conjunto de imagens. Na história da cinematografia, os russos testaram no cinema essa construção de significados através da montagem. A principal experiência foi o efeito Kuleshov que testou através da montagem o significado que a imagem ganhava. O diretor filmou um ator e usando a mesma imagem colocou um prato de comida, dando o sentido de fome. A segunda foi um prato de comida e o seu sentido foi modificado para fome e o terceiro de uma mulher, no qual se tornou desejo. A mesma imagem com sentidos construídos a partir da montagem.
Cabe ressaltar que os sentidos relatados na dinâmica não estavam relacionados diretamente com outras imagens. Essa relação é estabelecida indiretamente com outras imagens já consumidas anteriormente e expostas nas palavras. O diálogo entre as imagens apresentados na montagem pelos russos, pode ser visto também nas leituras de imagens da dinâmica. O sentido construído através da sua cultura é estabelecido nessa relação. Nesse momento que é destacado a padronização do consumo da imagem. Se a relação é feita por diversos indivíduos com a mesma imagem, a diversidade dos significados será baixa em relação a imagens que não tem esse mesmo referencial. Quanto menos imagens consumidas que dialogam com as apresentadas na dinâmica, mais palavras e sentidos aparecem.
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