Nuria Lamfir [1]
nlamfir@mvl.edu.ar
Maestra
Nacional de Dibujo
Diseñadora
de Imagen y Sonido FADU-UBA
Directora de
la Primera Escuela de
Cine Infantil y Juvenil Taller de Cine “El Mate”
www.tallerelmate.com.ar
Melina
Cherro[2]
mcherro@mvl.edu.ar
Realizadora
Cinematográfica ENERC
Licenciada
en Enseñanza de las Artes Audiovisuales de la UNSAM
Docente
en la carrera de Diseño de Imagen y Sonido de la FADU-UBA
Desde
el 2008 es docente en la
Primera Escuela Infantil y Juvenil
Taller de Cine El
Mate
Carla Alonso [4]
calonso@mvl.edu.ar
Docente
Trabaja
en el Taller de Cine “El Mate”
desde el año 1999 desempeñándose como Preceptora
Desde
el año 2015 ocupa el lugar de Secretaria de la escuela
Taller de cine “El Mate”
O que é "El Mate"?
É um espaço gratuito de criação
audiovisual para crianças e adolescentes entre 8 e 17 anos, localizado em
Vicente López, Província de Buenos Aires, Argentina. O Taller desenvolve uma
atividade pioneira para aqueles que estão interessados em se expressar através
do cinema, vídeo e cinema de animação. É um espaço de criação e experimentação
onde se desenha, pinta, recorta, escreve, costura, atua e, é claro, filma.
Atualmente, é dependente da Secretaria de Educação da Prefeitura de Vicente
López. Em 4 de abril de 2020, comemorou seu trigésimo terceiro aniversário de
atividade ininterrupta, com o objetivo de promover a educação artística, o
desenvolvimento da criatividade, o fortalecimento de habilidades e interesses
através do trabalho em equipe, e enriquecer a aprendizagem por meio dos meios
audiovisuais.
Um pouco de história
O projeto nasceu em 1987 pelas
mãos de Irene Blei e Lucía Cano, na forma de um oficina de animação e cinema
para crianças entre dez e doze anos, dependente da Secretaria de Cultura e
Educação da Prefeitura de Vicente López. Desde o início, a oficina é gratuita e
acessível a toda a comunidade.
Irene e Lucía deram ao grupo de
realizadores o nome de "El Mate", e os alunos se identificaram com o
nome e o adotaram, incorporando-o em seus filmes. Assim, o curso de cinema
infantil passou a ser chamado de Taller de Cine "El Mate", como é
conhecido até hoje.
Naquele primeiro ano, o grupo
começou com nove integrantes e realizaram cinco curtas trabalhando uma vez por
semana, durante três horas. A dinâmica desses primeiros encontros era uma
introdução ao cinema, através de jogos de assistir e comentar filmes, os
conceitos técnicos eram introduzidos sutilmente. Naquela época inicial,
filmavam em super oito com equipamentos emprestados e eram as próprias famílias
que, de forma cooperativa, compravam o filme virgem e se encarregavam de
custear os gastos de revelação e outros materiais necessários para o trabalho.
Ao longo dos anos, o Taller foi
se transformando, crescendo e ampliando a faixa etária dos participantes: já em
1989, havia vinte estudantes entre nove e treze anos divididos em dois níveis,
de acordo com seus conhecimentos prévios. As crianças não queriam deixar o
Taller ao chegar à adolescência e também apareciam aspirantes com mais de treze
anos com a intenção de participar. Diante desse desafio, começaram a aceitar
crianças entre nove e dezessete anos. Atualmente, a escola convoca crianças a
partir de oito anos.
Em 1999, o Honorable Concejo Deliberante
de Vicente López promoveu a oficina ao status de escola, passando a
apresentá-la como a Primeira Escola de Cinema Infantil e Juvenil, Taller de
Cine "El Mate".
Em 2002, foi inaugurado um
espaço de treinamento para professores, permitindo disseminar a experiência de
trabalho e formar jovens coordenadores. A oficina não só cresceu em número de
crianças que frequentam, mas também em sua equipe de professores, que se
juntaram ao Taller a partir dessa experiência de treinamento.
Ao longo desses trinta e três
anos, várias gestões municipais passaram, tivemos quatro mudanças, mudanças de
tecnologia (do super oito para o digital) e agora a escola recebe mais de
duzentas crianças por ano. Mas a essência continua a mesma: as crianças fazem
cinema como uma forma de expressão, para dizer o que sentem, o que os preocupa,
o que os assusta, o que os faz rir, sem a exigência de serem cineastas no
futuro.
Como trabalhamos na escola?
Uma das premissas fundamentais
do modo de trabalho na Escola, tanto para os grandes como para os pequenos, é o
trabalho em grupo. Os coordenadores trabalham em equipe para conduzir cada um
dos Talleres. Desde o início, a modalidade de trabalho se baseou na coordenação
das atividades conjuntamente. Dependendo da quantidade de integrantes em cada
grupo, os coordenadores trabalham em pares, em grupos de três ou até mesmo de
cinco professores. Estratégias de trabalho, propostas de atividades, seleção de
materiais para visualizar e outros aspectos surgem a partir da troca de
opiniões e da contribuição conjunta dos professores. Ao longo dos anos,
consolidamos uma equipe com uma ideologia educacional compartilhada, cujo
princípio norteador é o respeito aos direitos das crianças e adolescentes,
promovendo a autonomia deles como sujeitos de direitos. Nesse sentido,
"Transformar o olhar em relação à infância, não mais como objetos passivos
da estrutura e dos processos sociais, mas como agentes, como atores sociais com
capacidade para participar, leva a desenvolver ações para valorizar o 'ponto de
vista das crianças', que visa entender como as meninas e meninos experimentam e
compreendem suas vidas e relações sociais. A experiência das meninas e meninos
produz um conhecimento que deveria ser considerado para o reconhecimento de
seus direitos." [5]
As crianças também trabalham em
grupo para realizar os filmes. Em nossa escola, não são feitos filmes de forma
individual. Às vezes, esse é um dos maiores desafios que temos. Por exemplo,
que se aceite que uma ideia, que originalmente pertence a uma pessoa, ao ser
compartilhada e outros decidirem formar uma equipe para levá-la adiante, a
ideia passa a ser de todos os integrantes. Desde a coordenação, promovemos que
todas as crianças tenham o mesmo compromisso e grau de participação ao opinar e
dar forma a essa ideia, para que ela se torne um filme. Alcançar esse espírito
de entrega e cooperação é um dos desafios diários, e nosso trabalho como
coordenadores é estar extremamente atentos à dinâmica que se gera em cada um
dos grupos, para que trabalhem em harmonia e equilíbrio, para mediar conflitos,
e para garantir que as ideias e opiniões de todos sejam ouvidas e respeitadas.
Os créditos dos curtas
realizados na escola refletem o trabalho em grupo, todos os membros do grupo
são listados como realizadores. Desde a coordenação, incentivamos que os papéis
daqueles que participam de cada projeto sejam dinâmicos, não há um único
diretor ou cinegrafista, todas as tarefas são compartilhadas. Fazemos placas
para mencionar os atores e atrizes, os colaboradores e geralmente as crianças
acrescentam uma placa de agradecimentos. Colaboradores são aqueles que, embora
pertençam a outro grupo, em algum momento, se juntaram ao projeto para ajudar.
Essa dinâmica ocorre frequentemente, gostamos disso e a incentivamos. Sobretudo,
as crianças mais experientes ajudam nas filmagens daqueles que estão iniciando
sua jornada na escola.
O clima de trabalho vivido no
dia a dia na escola é muito gratificante. A dinâmica de trabalho é a de uma
sala-oficina. Quando as crianças não estão filmando ou animando, elas se sentam
em grandes mesas compartilhadas entre várias delas. Os coordenadores
participam, orientando o trabalho de um lugar próximo e acolhedor. Os adultos
não impõem, conduzem os estudantes para que sejam eles próprios quem fazem as
descobertas.
Como afirmam Pasel e Asborno em
seu livro "Aula-taller" (1993), essa metodologia de trabalho se
baseia em uma aprendizagem ativa, é baseada no fazer. O ensino tradicional
desassocia a teoria da prática, ao contrário da aula-oficina que busca
integrá-las através dos afetos, reflexão e ação.
O Taller é um espaço onde os
adultos adoram trabalhar e esperamos que as crianças também o façam. Por isso,
estamos muito atentos às particularidades de cada participante e à dinâmica e
aos vínculos que vão se formando em cada grupo. O cinema, como atividade
artística em grupo por excelência, promove a inclusão. É uma ferramenta
privilegiada para trabalhar com grupos de crianças e adolescentes. Na Escola,
os grupos são muito heterogêneos, não são divididos por idades. E muitas vezes
recebemos crianças que passam por situações complexas, às vezes até trazem
diagnósticos feitos por diferentes profissionais: dificuldades de aprendizagem,
habilidades sociais limitadas. Nada é um impedimento para que crianças e adolescentes
trabalhem juntos, aprendam a fazer filmes e desfrutem da experiência. Como
afirma Anijovich em "Gestionar una escuela con aulas heterogéneas"
(2014), é possível afirmar que as crianças e os jovens se tornam o centro do
processo educacional quando reconhecemos quem eles são, como aprendem, quais
são seus interesses, suas fraquezas e forças, seus ambientes culturais e
sociais. Somente assim, através do ensino, poderemos oferecer as melhores
opções para que todos se envolvam ativamente e encontrem sentido no que
aprendem e no mundo em que estão inseridos.
Em nossa escola, todos nos
chamamos pelo nome ou pelo apelido que gostamos e escolhemos. As rodas de
apresentação nos primeiros encontros são fundamentais para nos vermos, nos
apresentarmos e nos conhecermos. É um momento muito especial, onde
compartilhamos expectativas, projetos, é um momento de reconhecimento, ao qual
dedicamos tempo.
Em "El Mate", todos os
filmes são inteiramente realizados pelas crianças e adolescentes. Desde a ideia
original, o roteiro, o roteiro visual, todas as etapas do processo de filmagem
(câmera, som, fotografia) até a edição final. Os coordenadores acompanham o
processo para evitar frustrações e ensinar o uso adequado das ferramentas de
trabalho, mas sempre de forma muito respeitosa, orientando, sugerindo, sem
impor.
Hoje em dia, com o aumento das
redes sociais, do material audiovisual disponível e da existência de diversos
formatos, acreditamos ser fundamental contribuir desde cedo com olhares
críticos. Trabalhamos com o compromisso do que se quer contar, com a mensagem
que está sendo transmitida, com o que está sendo produzido e divulgado.
Essa visão crítica também é
desenvolvida ao visualizarmos materiais que os coordenadores selecionam
especialmente. Em alguns casos, temos trechos de filmes que usamos regularmente
para discutir sobre um tema ou outro; mas também, no dia a dia, procuramos
materiais de acordo com a demanda, os temas e as propostas que os estudantes
trazem para seus filmes. Visualizar cenas ou curtas-metragens diferentes nos
permite refletir, encontrar uma solução para o próprio filme, pensar em
diferentes opções, mas também compartilhar algo que gostamos muito, assistir
cinema. Nas visualizações, incluímos também os filmes realizados na escola em
anos anteriores, pois eles fazem parte de nossa produção e servem para aprender
a ver como outros resolveram algo semelhante ao que o grupo está pensando.
Como nos organizamos?
A Escola está aberta de terça a sexta à tarde e aos
sábados de manhã. De terça a quinta-feira, temos dois grupos trabalhando
simultaneamente, uma oficina inicial e uma oficina especializada. Nas
sextas-feiras e sábados, recebemos o segundo nível, que este ano conta com mais
de sessenta crianças e adolescentes. Sempre temos muito o que fazer e aprender,
são dias muito intensos, mas muito aproveitados, e o tempo passa voando. No
meio da jornada de trabalho, fazemos um intervalo, um descanso para ir ao
banheiro, tomar e comer alguma coisa.
Nível inicial
Consiste em uma série de encontros
nos quais percorremos o conhecimento do cinema, do vídeo e do cinema de
animação. São realizados exercícios que vão aumentando em duração e
complexidade gradualmente, incorporando práticas e conceitos ao mesmo tempo em
que aprendem a usar as ferramentas e equipamentos de trabalho. Assim, cada
criança ou jovem experimenta em diferentes especialidades, assume papéis e
realiza atividades, alternando-se com os colegas.
Segundo nível
Há muitos anos, sexta-feira e
sábado são os dias de trabalho do segundo nível. É assim chamado porque é onde
estão os meninos e meninas de diferentes idades que já tiveram experiência
prévia de trabalho na escola. O sábado é o único dia em que a escola funciona
pela manhã, com uma jornada um pouco mais longa, quatro horas em vez de três.
No segundo nível, são propostas
a realização de obras que demandam outro tipo de compromisso e trabalho. Os
participantes se reúnem em grupos de acordo com afinidades e interesse nas
características de cada projeto. São feitos filmes do início ao fim,
curtas-metragens para TV ou web, conforme necessário. Ano após ano, os projetos
implicam em desafios crescentes, tanto em questões narrativas quanto em
aspectos técnicos. Cada projeto traz novas perguntas, necessidades de
aprendizagem diferentes, complexidades de encenação e também dinâmicas de
grupo. Nesta etapa, surgem preferências técnicas e, dentro de cada grupo de
trabalho, os papéis são divididos mais claramente, como aqueles que preferem
editar, atuar, operar a câmera ou desenhar.
Uma das coisas que mais nos
interessa é fazer com que os meninos e meninas sejam autônomos, capazes de
levar adiante o trabalho sem a necessidade de um adulto dirigindo
constantemente a tarefa, e que utilizem os materiais de trabalho com cuidado e
eficiência. Os grupos com mais experiência e permanência na escola geralmente
têm confiança suficiente para realizar filmagens por conta própria.
Dentro dessa etapa, alguns
estudantes ficam apenas alguns meses e outros vários anos, formando um grupo de
pertencimento, crescendo e aprendendo juntos e, às vezes, desenvolvendo
projetos de longo prazo.
Oficinas especializadas
São uma alternativa ao curso de
realização. São espaços de trabalho que oferecem a possibilidade de explorar
áreas específicas. As propostas muitas vezes mudam de um ano para o outro, em
busca de diferentes ramos da realização para enriquecer a formação e nos
divertirmos com uma variedade de alternativas. Neste ano, as oficinas
especializadas são: Animação (para aqueles que já tiveram a experiência do
Nível Inicial), Atuação em frente à câmera e Fotografia Artística e
Experimental.
"El Mate" e as escolas
Em maio de 2002, começou o
programa Taller de Cine en la Escuela, que consistia em visitas às escolas do
partido de Vicente López, compartilhando um encontro com os estudantes, onde
eram projetados fragmentos de filmes e realizada uma conversa demonstrativa.
Este programa foi o ponto de partida para muitos projetos e atividades
realizadas em diferentes instituições públicas da região, com o objetivo de
fornecer formação audiovisual e ampliar o alcance do trabalho realizado na
Escola.
Chegar às escolas requer um
grande esforço, tanto em termos de planejamento quanto de equipe de
professores. O contato com a instituição que nos recebe nem sempre proporcionava
condições adequadas para o trabalho, por isso, a partir de 2015, optamos por
receber os grupos escolares em nossa sede, em vez de ir a diferentes
instituições. O espaço que temos atualmente reservado é às quartas-feiras, das
13h30 às 15h30. Cada grupo participa de dois encontros seguidos e, como
resultado, realizamos um curta-metragem de animação e/ou ficção.
Comunidade educacional:
associação de pais
Em 1999, quando o Taller foi
elevado à categoria de escola, a comunidade educacional que acompanhou as
atividades desde o início viu a necessidade de formalizar sua situação e
decidiu criar a Associação Civil Taller de Cine El Mate. Esta associação
continua apoiando firmemente a Escola e é composta pelas famílias de alunos e
ex-alunos. Ela funciona como uma espécie de produtora dos filmes realizados ao
longo do ano. Através de uma contribuição mensal de materiais, que cada família
paga voluntariamente, a compra de muitos materiais necessários para o trabalho
é financiada.
Geralmente, com essa
contribuição de materiais, não conseguimos arrecadar o dinheiro necessário para
comprar equipamentos. Portanto, desde 2013, idealizamos um evento que chamamos
de "Feira do Mate" para arrecadar fundos. É realizado no primeiro
sábado de outubro, começando ao meio-dia e terminando à tarde, um dia cheio de
atividades: feira de pratos, sorteio, atividades, projeções, quermesse. Além de
ter o objetivo de arrecadar fundos, é um dia muito esperado por toda a
comunidade educacional. É um momento em que os meninos e meninas que frequentam
a escola em diferentes dias da semana se encontram, um belo encontro entre
todos, grandes e pequenos.
Este evento também é organizado
de forma colaborativa. Cada família participa de maneiras diferentes, desde
atender o buffet até oferecer oficinas ou espetáculos. Tivemos oficinas de
circo, desenho, peças de teatro, avós contando histórias, espetáculos musicais.
Os professores da escola também participam ativamente, liderando as atividades
e a organização do evento. Já estamos na sexta edição e esperamos que sejam
muitas mais.
Festivais
Ao longo destes trinta e três
anos, as produções de "El Mate" percorreram festivais em grande parte
do país e do mundo, alguns destes eventos temos uma relação de amizade
estreita. A troca é muito gratificante, principalmente quando temos a
oportunidade de assistir às projeções. Sempre é mais fácil quando os festivais
são locais, mas ao longo dos anos tivemos experiências maravilhosas de
intercâmbio fora do país. Para citar algumas:
Em 2005, Irene Blei e duas
alunas viajaram para Seul, Coreia, para participar do "7th Seoul
International Youth Film Festival".
Em 2008, duas alunas
participaram do Festival de Jovens Realizadores de Audiovisual do Mercosul, na
cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil.
Em 2015, cinco alunos
acompanhados por dois coordenadores viajaram para a cidade de Rosario,
Argentina, para o festival Ojo al piojo. Os alunos assistiram às projeções dos
filmes participantes e se encontraram com meninos e meninas de outros workshops
de cinema. O mais interessante foi que cada grupo ficou encarregado de
ministrar uma oficina para os outros presentes. Os alunos do "El
Mate" ministraram uma oficina de ficção. É muito satisfatório ver
adolescentes entre treze e dezessete anos, após permanecerem alguns anos na
escola, não só com conhecimento da linguagem cinematográfica, mas também
capazes de transmiti-la a outros pares.
Todos os representantes do
Taller que viajam para festivais são escolhidos por seus colegas.
A mostra de fim de ano
Ao longo do ano, nos workshops,
preparam-se os projetos, passando por cada uma das etapas de produção de um
filme. Todo esse trabalho, extremamente intenso, tem seu momento de
encerramento na mostra anual: "Venham ver o que fizemos". Antes de
irem para os festivais, antes de serem compartilhados nas redes sociais, os
filmes são projetados em uma sala de cinema. É muito importante chegar a esse
momento, ter os curtas-metragens finalizados e prontos para compartilhar. A
mostra de fim de ano é o momento de encontro de todo o Taller, de ver o que os
outros grupos fizeram, aplaudir e comemorar porque o objetivo foi alcançado.
Os filmes terminados são o
reflexo do trabalho em equipe, dos acordos e desacordos, da aprendizagem
realizada. Mas também é um ritual. Não há cinema sem projeção em uma sala
escura, sem tela e cadeiras. Os filmes ganham sua forma definitiva na tela do
cinema e, ao longo do ano, à medida que a data de encerramento se aproxima, as
expectativas em relação à mostra crescem. Conforme os grupos terminam seus filmes,
eles projetam e criam um pôster que ficará pendurado no hall de entrada do
cinema. O momento de se encontrarem, de olhar os pôsteres, de entrar na sala e
assistir à projeção junto com as famílias e amigos é algo esperado por todos.
Além da projeção, há um momento muito especial: os meninos e meninas,
realizadores dos filmes, sobem ao palco para contar algo, compartilhar
sensações, pensamentos, alguma reflexão.
A mostra é o encerramento do
ano, a conclusão da tarefa e também uma promessa de continuidade. Porque, assim
que vemos os filmes finalizados, surgem as vontades de fazer mais um. Um filme
leva a outro, e assim sabemos que sempre haverá uma rodada de apresentações,
haverá roteiros, filmagens e mais uma mostra.
Conclusão
O ano de 2020 marcou uma ruptura
no sistema educacional na Argentina e no mundo. A pandemia mostrou algo que já
se sabia há muito tempo: o sistema educacional argentino precisa ser repensado
e reformulado. Outra escola é possível. A crise que estamos enfrentando traz um
ponto de inflexão e é uma grande oportunidade para se reinventar.
Acreditamos que muitas das estratégias pedagógicas compartilhadas neste texto poderiam ser fonte de inspiração para a construção de um novo modelo educacional, cujo objetivo seja buscar uma formação o mais completa e humana possível. Onde o acadêmico não seja a única coisa em primeiro plano, mas sim onde se integrem as emoções, os sentimentos e a forma como os estudantes percebem e se relacionam com seu entorno. Onde os estudantes tenham uma participação ativa e protagonista em seu processo de aprendizagem.
Sustentamos que seria muito enriquecedor se as ferramentas e metodologias apresentadas neste capítulo fossem aplicadas em contextos formais de ensino. A mudança é imperativa. É preciso incentivar, no processo de ensino, estudantes reflexivos e autônomos, em contato permanente com sua comunidade, favorecendo a cooperação em vez da competição, para que possam criar e construir o mundo que imaginam, juntamente com outros.
[1] Es
egresada de la UBA de la Carrera de Diseño de Imagen y Sonido y del Centro
Polivalente de Arte de San Isidro como Maestra Nacional de Dibujo. En los
inicios de su carrera laboral se desempeñó como Animadora, como compositora
Digital y como artista de VFX en diversas productoras audiovisuales locales y
de manera independiente. En el año 2006 se unió al Equipo de coordinadores del
Taller del Cine “El Mate” trabajando tanto en los Talleres Regulares como en
los Proyectos realizados con Escuelas Públicas del Partido de Vicente López. A
partir de Septiembre del año 2017 se desempeña como Directora de esta Primera
Escuela de Cine Infantil y Juvenil. E-mail: tallerelmate@mvl.edu.ar
[2] Realizadora
Cinematográfica ENERC y Licenciada en Enseñanza de las Artes Audiovisuales de
la UNSAM. Es guionista y docente. Trabaja en la carrera de Diseño de Imagen y
Sonido de la FADU-UBA. Directora de la investigación “Los personajes femeninos
en el cine de Mario Soffici”, acreditada en la Secretaría de Investigación
FADU-UBA. Ganadora del Tercer Concurso de Estudios Sobre Cine Argentino
Biblioteca ENERC-INCAA con el libro “Más allá del olvido, una historia crítica
del cine fantástico argentino” escrito junto a Ángel Faretta y Diego Ávalos,
publicado en noviembre de 2019, editorial CICCUS. Desde el 2008 es docente en
la Primera Escuela Infantil y Juvenil Taller de Cine El Mate.
[3] Docente egresada de la Universidad del Salvador, Terapeuta
infanto juvenil formada en la Universidad de Buenos Aires y realizadora
audiovisual. Desde el año 1999 y hasta la actualidad integra el cuerpo docente
de la Primera Escuela
Infantil y Juvenil Taller de Cine El Mate. Ha asistido como coordinadora
a sucesivos grupos de niños y adolescentes en la realización en diversos
ámbitos.
[4] Colaboradora, es docente y trabaja en el Taller de Cine “El Mate”
desde el año 1999 desempeñándose como Preceptora. Desde el año 2015 ocupa el
lugar de Secretaria de la escuela.
[5] Publicación de la Secretaría Nacional de Niñez,
Adolescencia y Familia del Ministerio de Desarrollo Social de la Nación y la
Facultad de Trabajo Social de la Universidad Nacional de Entre Ríos, Argentina.
Colección Desafíos, Cuadernillo N°1: Infancia y Juego: Los espacios lúdicos
como lugares de promoción de derechos, Argentina, p. 14, 2016.
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