última atualização 09-01-2023

Dicionário da Educação Audiovisual - MOSTRA

 







Felicia Krumholz
Graduada em Arquitetura e Urbanismo (FAU-UFRJ),
 é uma das idealizadoras e curadoras da Mostra
Geração do Festival do Rio (Rio
 Int'l Film Festival). 
E-mail: felicia.mostrageracao@gmail.com.


Beatriz Moreira de Azevedo Porto Gonçalves
Graduada em Cinema (UFF), com mestrado e doutorado
em Educação (PUC-Rio). É professora de Mídias da
Escola Oga Mitá e Produtora Cultural da Pró-Reitoria de
 Extensão da UFRJ.


Mostra Geração: participação e trajetórias de aprendizagem no segmento infanto-juvenil do Festival do Rio

Este texto apresenta a Mostra Geração, segmento infanto-juvenil do Festival do Rio, pelo ponto de vista da organização da mostra. Contribuíram para esta análise as reflexões construídas nos encontros do Grupo de Pesquisa em Educação e Mídia (GRUPEM/PUC-Rio), coordenado pela professora Rosália Duarte.

O artigo prioriza aspectos relacionados à produção audiovisual feita para e por crianças e adolescentes, mas incluindo, também, um pouco da história recente das práticas envolvendo cinema, audiovisual e educação no Rio de Janeiro. Considera, ainda, algumas políticas públicas que interferem no desenvolvimento de propostas de educação com e para as linguagens audiovisuais.

 

Gênese da Mostra Geração

A cidade do Rio de Janeiro é um dos principais polos de produção audiovisual brasileira. Até 1998, existiam dois eventos importantes no calendário cinematográfico local: a Mostra Rio e o Festival Rio Cine. Ambos exibiam filmes estrangeiros sem distribuição comercial no país e os poucos filmes da então denominada “retomada do cinema brasileiro”[3]1. A fusão entre os dois eventos, em 1999, deu origem ao maior festival de cinema da América Latina: o Festival do Rio (Rio de Janeiro Int’l Film Festival).

Além da ampliação da oferta de filmes, atingindo novos públicos, uma agenda de encontros voltados para a produção, financiamento, circulação e formação técnica no setor audiovisual foi incluída na programação. Seguindo a tendência adotada nos principais festivais internacionais, foi criado o RioMarket, espaço de negócios para realizadores e distribuidores, facilitando a difusão de filmes nacionais e estrangeiros.

O nascimento do festival se deu em um contexto de emergência, no cenário mundial, de novas tecnologias de produção audiovisual e novos formatos, que também receberam especial atenção dos organizadores.

Na perspectiva de cumprir um papel mais significativo do que o de mero exibidor de filmes, desde o seu primeiro ano, o Festival do Rio realiza uma mostra especialmente voltada para o público infantojuvenil. Inicialmente chamada de Janela Mágica, foi rebatizada de Geração Futura, por conta de uma parceria com um canal privado de televisão educativa – Canal Futura – nos anos de 2000 a 2003. Em 2004, adotou-se o nome utilizado até hoje: Mostra Geração.

A curadoria ficou a cargo de Marialva Monteiro, do Cineduc – entidade privada sem fins lucrativos, voltada para a promoção de “reflexão sobre as linguagens audiovisuais com o público infantojuvenil e educadores”[4], e de Felicia Krumholz, representando o Oficina Cine-Escola (OCE) – programa educativo do Circuito Estação de Cinemas (1999-2009)[5] e a Escola Audiovisual Cinema Nosso (de 2005 a 2013)[6].

Partia-se do pressuposto de que crianças e adolescentes são mais do que um futuro espectador adulto em potencial; são importantes por si mesmos e merecem que sejam feitos filmes de qualidade especialmente para eles. Essa é uma questão fundamental no Brasil, onde a produção voltada para a infância e a adolescência é pequena e o circuito de exibição é praticamente monopolizado pela produção hollywoodiana e/ou por filmes que reproduzem esse padrão ou incorporam a lógica televisiva.

Subsidiava a curadoria da mostra a ideia de que a experiência do cinema só se concretiza quando cada espectador confere ao filme um sentido particular. As diferentes interpretações dos espectadores estão relacionadas às suas histórias de vida, à sua sensibilidade, e ao que Martín-Barbero (1987) chamou de mediações. Compreendíamos que a exposição de apenas um modelo de produção para o público jovem não apenas limita seu conhecimento como pode restringir sua imaginação. Esperava-se, portanto, que o segmento infantojuvenil do Festival do Rio se tornasse uma oportunidade de reflexão a partir da diversidade.

 

Mostra Geração 

A mostra se preocupa em oferecer uma programação que ao mesmo tempo possa divertir e informar, fazer sentir e pensar. Na pesquisa por títulos inéditos no Brasil, uma associação foi fundamental, o Centre International du Film Pour L'Enfance et La Jeunesse (CIFEJ), ao qual o Cineduc é filiado desde que realizava bianualmente o Cinema Criança (1989-1997).

Criado em uma conferência da Unesco em 1955, o CIFEJ é uma organização internacional com o propósito de promover a produção e a difusão de filmes voltados para o entretenimento, educação, informação e formação artística/estética de crianças e adolescentes, que sigam os princípios humanistas das Nações Unidas: “o entendimento entre as nações; respeito pelos Direitos da Criança e do Homem; tolerância racial, linguística e religiosa”[7]. O CIFEJ tornou-se, assim, uma referência para a seleção de filmes de qualidade. Outros festivais internacionais também são fonte de consulta.

Em 1999, nossa primeira edição, foram exibidos 10 longas e 8 curtas-metragens, trazendo imagens produzidas pelo Brasil e por mais 15 países[8]. Alguns com forte tradição de produção audiovisual para o nosso público – conhecidos pelo grande volume de obras, como EUA, Canadá, Alemanha, Holanda e os países nórdicos – e outras cinematografias mais raras, como a iraniana e a mexicana[9]. Além da ética e da diversidade cultural, privilegiamos, na seleção dos filmes, a criatividade no uso da linguagem audiovisual e suas múltiplas possibilidades de gênero, ritmos, técnicas e interações com outras formas de expressões artísticas e informacionais. Os temas deveriam atender aos interesses de crianças e jovens, e era desejável que tocassem em questões importantes para os educadores, embora o aspecto temático não fosse o mais relevante.

O papel do segmento infantojuvenil do Festival do Rio era valorizar o cinema enquanto arte, chamando a atenção para o fato de que, nas expressões artísticas e audiovisuais, a forma é tão importante quanto o conteúdo. Uma só imagem pode comunicar e concretizar muitas ideias, emoções e sensações. As relações que ela estabelece com as imagens que a antecedem e a sucedem, o sentido do filme – usando a expressão de Eisenstein –, as formas com que se relacionam com a música, com os diálogos e com os outros sons do filme, é aí que está a riqueza da obra cinematográfica. Acreditamos que nossa melhor contribuição é refletir com o público sobre a especificidade do cinema.

Esses critérios orientaram a curadoria dos mais de 200 longas exibidos no Programa International, parte da Mostra Geração. Filmes vindos da Alemanha, Dinamarca, Suécia, Índia, Noruega, Brasil, Finlândia, Espanha, Canadá, Irã, Japão, Reino Unido, França, Argentina, Chile, África do Sul, Nigéria, Letônia, Grécia, Croácia, Bósnia, Israel e China são alguns exemplos.

Até o ano 2013, um curta-metragem era exibido antes de um longa. Fizemos várias parcerias com o Canal Curta. Nesse último ano, para apoiar os curta-metragistas, instituímos o Prêmio Geração Forno de Minas, patrocinado pela empresa Forno de Minas, que financiou a premiação no valor de R$ 5.000,00. O vencedor foi Quico Meirelles, diretor do filme: A galinha que burlou o sistema.

Nosso empenho consiste em promover acesso a longas e curtas-metragens que muitas vezes não chegam ao  mercado brasileiro e, por isso, não havia cópias em português. De suas participações em festivais estrangeiros, Marialva Monteiro trouxe para o Brasil a ideia de dublar ao vivo os filmes para crianças pequenas, que ainda não sabem ler. Nos festivais de fora, a dublagem geralmente era feita por uma única pessoa, como uma simples leitura. Aqui, aperfeiçoamos esse acesso e combinamos vozes femininas e masculinas em dois grupos de três atores que fazem vários personagens de um mesmo filme. Com a prática, esse trabalho tem evoluído, aumentando a sincronicidade e a variação de timbres de cada membro da equipe. Essa dublagem transformou-se em atração especial para o público infantil, que conversa com os dubladores antes e depois das sessões, demonstrando curiosidade. Em 2014 introduzimos a presença de atores profissionais, com atuação junto ao nosso público de forma a termos mais um atrativo. Já os filmes para o público a partir de 12 anos recebem legendas eletrônicas[10], como nas demais mostras do Festival do Rio.

Devido ao caráter da proposta, a opinião dos jovens sempre é considerada. Por isso, num primeiro momento, montamos um júri formado por crianças e adolescentes indicados pelos consulados dos países participantes e presidido por um brasileiro[11]. Havia uma preleção de críticos de cinema sobre os elementos da linguagem cinematográfica e uma pessoa da nossa produção coordenava a votação, elaborando a tabela de votos. Além da introdução à história do cinema e suas técnicas, a experiência do júri infantojuvenil consistiu em um verdadeiro intercâmbio cultural, em que o debate entre jovens, com histórias e sensibilidades distintas, evidenciava o quão amplas são as interpretações possíveis para uma mesma obra fílmica. Apesar desse formato de júri ser interessante, pois estimulava o exercício de expressão, defesa e troca de ideias entre os membros, demandava um investimento alto para o número restrito de jovens atendidos. Desde 2001, o melhor filme longa-metragem da seleção internacional é escolhido pelo júri popular infantojuvenil, pois, nossa Mostra tinha necessidade de expandir.

A segunda edição ocorreu no início da disseminação de novas tecnologias de registro de sons e imagens, de fácil operação, que baratearam o preço de se fazer uma filmagem com qualidade. Importantes mudanças na política social do governo federal, na perspectiva da redução do Estado, configuravam novas formas de mobilização social e cultural. Em 2000, havia no Rio de Janeiro um grande número de organizações não governamentais (ONGs) trabalhando com jovens de comunidades de baixa renda, usando o audiovisual como ferramenta de empoderamento e elevação da autoestima. O debate da educação pela comunicação para a cidadania reforçava a nossa crença de que, abrir espaço para produções de procedências e abordagens diversas colabora para uma sociedade mais justa e solidária, que acolhe a diferença. Mas pretendíamos instituir um diálogo mais profundo com os educadores; queríamos ver e exibir a crescente produção das novas gerações; queríamos experimentar o audiovisual na prática com crianças e adolescentes. Assim, abrimos mais três frentes de trabalho: o Encontro de Educadores, o Vídeo Fórum e as Oficinas Geração.

Nosso público sempre foi majoritariamente composto por estudantes, o que faz dos professores nossos principais parceiros. Acreditamos que os educadores ocupam um espaço privilegiado junto aos jovens na oferta de novas formas de leitura e para que servem os novos meios de conhecimento, no caso, o audiovisual. No entanto, no Brasil, se os cursos de formação inicial e continuada de docentes pouco viabilizam o desenvolvimento de uma relação mais intensa e crítica do professor com a arte, muito menos se ocupam fornecer ferramentas metodológicas para o trabalho com cinema, para além de aproveitar o conteúdo temático dos filmes.

Em pesquisa sobre os hábitos de consumo cultural de professores da rede municipal de ensino de Belo Horizonte-MG, Ramos e Teixeira (2010) apresentam dados que observamos durante todos esses anos em que trabalhamos com cinema e educação, seja no festival ou nos demais projetos que desenvolvemos. Em geral, os docentes frequentam pouco as salas de cinema, tendo “preferência pelos bens culturais que podem ser consumidos no espaço doméstico” (p. 14-15). Concordamos com as autoras quando afirmam que “mais do que as possíveis dificuldades de ordem financeira [o valor do ingresso é alto em relação ao salário médio do professor brasileiro], acreditamos que o pouco tempo destinado ao descanso e ao lazer explicam em parte essa opção pelo lazer doméstico.” (Ramos e Teixeira, 2010, p. 15). Outro fator, apontado pelo estudo e observado por nós, é a má distribuição dos equipamentos culturais. Sabendo que o monopólio da programação se estende das salas de exibição para a TV e para o mercado de home video, vemos no país um quadro geral insatisfatório de relação dos professores com o cinema e o audiovisual. Entendemos que  o maior evento cinematográfico da América Latina pode e deve ajudar a melhorar essa situação, embora as soluções mais efetivas dependam muito mais de políticas públicas nas áreas de educação e cultura.

Dentro dos limites de nossas possibilidades, valorizamos a profissão docente proporcionando aos professores momentos de fruição estética. É uma forma de instrumentalização profissional, mas, principalmente, uma contribuição no processo mais amplo de formação desses sujeitos. O papel da arte na dimensão humana da formação dos educadores é fundamental, dada a função social que exercem. E é neste sentido também que queremos sensibilizá-los para o trabalho com os alunos.

Ao longo de nossa trajetória, notamos que, apesar das dificuldades de acesso, sempre houve professores[12] interessados em cinema. O interesse é crescente na medida em que a sociedade tem demandado inovações na escola. Atualmente no estado do Rio de Janeiro, existem políticas que visam a introdução de novas tecnologias na educação como uma condição para o preparo de indivíduos com as habilidades necessárias para a vida e trabalho no século XXI. Há uma expectativa de que o trabalho com as linguagens audiovisuais contribua com esse processo. Paralelamente, a área cultural, como observou Hall (1997)[13], vem sendo disputada conforme a cultura se destaca como dimensão social que permeia a economia, o trabalho, a religião, a política, etc. Nesse sentido, pensadores e gestores da educação percebem a cultura como dimensão fundamental do currículo e da socialização que se dá dentro da escola. Porém, com algumas exceções, as políticas brasileiras voltadas para o trabalho na escola com cinema e audiovisual não investem na formação dos professores.

Esse cenário contextualiza nossas opções em atender educadores de toda sorte: de espaços formais e informais, públicos, privados ou filantrópicos, e de todas as disciplinas. Então, convidamos para as sessões especiais que geralmente aconteciam pela manhã, seguidas de debates, a fim de trazer o espectador para junto da linguagem audiovisual e também com aproveitamento pedagógico, porque os educadores merecem e para que continuem o debate sobre a nossa programação com seus alunos. Em 2003, fruto de discussões em nossos encontros anuais, foi criado o projeto O professor vai de graça ao cinema, que durante anos exibia, quinzenalmente, numa sala de cinema participante do Festival do Rio, um filme seguido de debate, dedicado aos educadores[14].

Em 2014, com a parceria do British Council e do Canal Brasil, foi exibido em pré-estreia o filme InRealLife, de Beeban Kidron, e contamos com a presença da diretora inglesa, num debate com a pesquisadora Flávia Turino, mediado pela jornalista e mestra em educação Barbara Pereira.

Frequentemente o tema dos Encontros de Educadores aborda questões que giram em torno do universo das escolas (contos de fadas, bullying, trabalho docente, etc.). Convidamos especialistas nos assuntos dos filmes e nossa curadoria sempre discute o tratamento estético.

Em 2002, realizamos pela primeira vez o Encontro de Educadores antes do período do festival, após a seleção dos filmes do Programa Internacional. Nessa ocasião, falamos um pouco sobre eles e exibimos trailers, na perspectiva de informar os educadores sobre nossa programação. Por questões de mercado e de produção, não disponibilizamos as obras para que eles vissem antes dos alunos, mas depois de vários anos de trabalho, nossa marca é vista como uma garantia de qualidade.

Em 2000, organizamos a primeira mostra brasileira de filmes/vídeos feitos por crianças e adolescentes: Vídeo Fórum[15], realizada ainda hoje como parte da programação da Mostra Geração. O formato das sessões quase não mudou: antes das projeções, os grupos realizadores apresentam seus projetos e falam um pouco sobre o processo de criação e produção. Ao término das exibições, promovemos um debate entre os próprios participantes, discutimos sobre as opções de linguagem, a liberdade na produção, as questões de direitos autorais/ éticas, etc. Nesse espaço, os adultos só podem perguntar (ou falar, se os jovens os questionarem) ou ainda se houver tempo após o debate entre jovens e crianças, pois nossa proposta é fortalecer o protagonismo infantojuvenil.

Influenciado pelo contexto de mobilização social, o Vídeo Fórum foi criado com  a participação de entidades de comunicação popular, que naquele momento formavam uma rede colaborativa fundamental para a divulgação das nossas inscrições e sessões. Dos 27 vídeos exibidos no primeiro ano, 10 haviam sido realizados em projetos de ONGs; 6 escolas particulares foram responsáveis por 7 títulos selecionados e os demais eram produções de projetos de extensão de instituições de pesquisa; TVs educativas e experiências isoladas de algumas instituições públicas de saúde e cultura. Apenas uma escola pública participou. A maior parte dos inscritos veio do Rio de Janeiro e de cidades vizinhas, com apenas um trabalho das regiões nordeste e centro-oeste do país.

O evento se popularizou de tal maneira que na sua 12ª edição, realizada em 2012, o Vídeo Fórum recebeu uma média de 150 inscrições de trabalhos vindos do Brasil inteiro e de outras partes do mundo[16].

Até 2012, 181 instituições já tiveram vídeos exibidos aqui. As ONGs ainda eram maioria (30%), mas as escolas públicas já estão superando esse número de participações (29%). As escolas particulares representam aproximadamente apenas 11% do total. O conjunto se completa com projetos educativos de produtoras de cinema e vídeo; cursos livres de audiovisual; canais de TV educativos e comunitários; projetos sociais de empresas privadas e pontos de cultura[17]. Em 2004, recebemos as primeiras inscrições de jovens que fizeram tudo sozinhos. Em 2013, do total de 510 trabalhos exibidos, 30 eram produções independentes.

Essa mudança de perfil dos participantes pode ser atribuída a três motivos: 1) como um trabalho novo, começamos com uma participação mais ampla, depois fomos reduzindo a faixa etária de 23 anos para jovens não universitários até 18 anos. Como as ONGs atendem a pessoas de diferentes idades, essa opção de curadoria direcionou nossas inscrições para as escolas; 2) as ONGs produzem muito, mas são instituições mais instáveis, tendo dificuldades em manter os projetos, enquanto as políticas educacionais têm equipado as escolas públicas, o que acaba incentivando a produção audiovisual; 3) apesar das iniciativas pioneiras, ainda são poucas as escolas particulares brasileiras com trabalho audiovisual. Um indicador dessa mudança de perfil é a diminuição da quantidade de vídeos sobre violência nas favelas e o aumento de temas frequentes no universo escolar, como bullying, diversidade cultural, gravidez na adolescência, meio-ambiente e datas comemorativas.

Às vezes, é difícil identificar os vídeos resultantes de processos em que crianças e jovens são protagonistas. Muitos educadores trabalham com jovens, mas não permitem que eles operem os equipamentos, com receio de quebrá-los. Pode ocorrer também do educador realizar todo o projeto e colocar os alunos apenas como “atores”. O tratamento temático costuma ser uma pista da maior ou menor participação dos estudantes na realização do filme. Segundo Regina Bortolini, curadora do Vídeo Fórum em 2000 e 2001, “adolescentes estão sempre em crise e tendem a pensar os desdobramentos mais trágicos para os problemas”. Para Bete Bullara, representante do Cineduc na curadoria geral da Mostra Geração desde 2008: “o ponto de vista do professor sobre ‘gravidez na adolescência’ destaca as dificuldades estruturais e financeiras, enquanto a primeira coisa que o jovem pensa é: ‘minha mãe vai me matar’.” Nos vídeos das crianças pequenas, é mais difícil constatar a real participação delas. Muitas vezes erramos, mas os debates sempre revelam os processos de realização e, com o tempo, fomos apurando o olhar para identificar essa questão.

A troca de experiências é mais importante que a qualidade dos filmes. Os realizadores podem inscrever até cinco títulos cada e, obedecendo aos critérios acima mencionados, a curadoria escolhe pelo menos um para garantir a participação de todos. Dado o caráter pedagógico, o Vídeo Fórum não é uma mostra competitiva. Não existem parâmetros para comparar filmes produzidos em contextos tão distintos e com recursos tão diversos. O objetivo é fazer com que as crianças e jovens se conheçam: vejam as realidades, contextos, processos e resultados uns dos outros. Por isso, insistimos na presença física de todos nos dias das exibições. Além disso, distribuímos aos participantes a coletânea anual com todos os trabalhos selecionados. Em 2014, inserimos a proposta de “MCs” como apresentadores das sessões. Jovens atores com atuação junto a cada um dos segmentos de público faziam a mediação inicial junto aos jovens produtores, que envergonhados tinham muita dificuldade de se apresentarem em cima do palco para contar suas experiências.

Em 2017 e 2018, conseguimos uma parceria com a TV Escola que providenciou transporte dos alunos produtores/realizadores das escolas da rede municipal do Rio de Janeiro. Além disso, a Film In (empresa produtora do programa Curta Mostra Geração) também conseguiu uma parceria que culminou com a distribuição de lanches para todos os participantes do Vídeo Fórum. As sessões e seus debates foram gravados pela produtora que idealizou e realizou os vários programas para a TV Escola[18]. Em 2021, o programa Curta Mostra Geração tornou-se o de maior audiência dessa emissora.


Oficinas Geração

Com as Oficinas Geração, procuramos articular o ver ao fazer. É aqui que enfrentamos os maiores desafios. O principal é o tempo, pois o festival dura apenas duas semanas e o público-alvo não costuma ter disponibilidade para participar de uma atividade com mais de três horas de duração. O orçamento de experiências práticas com vídeo é outro complicador: há dificuldades em mobilizar recursos financeiros para atender grupos pequenos e o número de participantes deve ser definido com cuidado. Em geral, as experiências mais profundas só são possíveis para grupos de até 15 pessoas. Aspectos técnicos e tecnológicos muitas vezes limitam as possibilidades de ação, demandando uma equipe maior para lidar com crianças/adolescentes e equipamentos.

Mesmo assim, em toda a história da Mostra Geração, a variedade das oficinas realizadas é da ordem de 25-30 propostas. Tantas opções só foram possíveis graças às parcerias com TVs educativas e cursos de audiovisual, permitindo oferecer mais de uma oficina simultaneamente e atingir um público maior. Porém, administrar e divulgar tantas ações dentro de um festival desse porte é tarefa complexa. Não há como simplesmente delegar as oficinas a terceiros, é necessário um acompanhamento pedagógico. Assim, desde 2005, oferecemos apenas um ou dois tipos de oficinas por ano. Percebemos que oficinas de roteiro, documentário, interpretação para cinema e vídeo, fotografia e operação de câmera, videografismo, filmes publicitários e making of necessitam de um tempo maior para atingir resultados interessantes. Apesar de serem experiências válidas para uma aproximação do público com processos criativos envolvendo imagens, não pensamos em repeti-las no formato inicialmente apresentado.

No tempo médio de três horas da oficina, avaliamos que as de animação não computadorizada podem não concluir obras-primas como produtos finais. Porém, do ponto de vista do contato do público com o processo e a história das imagens em movimento, é um exercício bastante completo. Qualquer oficina de animação artesanal trabalha minimamente o ato de narrar uma ação, a caracterização de personagens e/ou objetos, a composição de quadro e a descoberta de que o movimento no cinema é uma ilusão dividida em quadros/segundo.

Oficinas de brinquedos ópticos – confecção de câmara escura, zootrópios e taumatrópios com materiais recicláveis – têm agradado as crianças até 12 anos. São encontros animados e funcionam para turmas com até 30 crianças. Mas, para dar conta da programação em três horas, é preciso levar os brinquedos semipreparados.

Em 2007, tivemos acesso aos primeiros aparelhos de celular com câmera e propomos a jovens (12 a 18 anos) a realização de vídeos com esses aparelhos. Na internet, encontramos alguns curtas exibidos em festivais fora do Brasil. Aqui, não conhecíamos ninguém que fizesse esse trabalho. Então, convidamos dois educadores, com experiência em vídeo, que se interessassem por pesquisar essa nova tecnologia com uma equipe de jovens monitores, selecionados em cursos populares de audiovisual. Dois meses antes do início do festival, iniciamos a preparação, pesquisando imagens, informações sobre esse tipo de produção e experimentando equipamentos e linguagem.

Nessa etapa, os vídeos captados pela minúscula lente e pensados para a tela pequena do celular lembravam os filmes mudos das primeiras décadas do cinematógrafo. Mesmo captando áudio e imagem separadamente, a qualidade não era favorável à compreensão de diálogos. As baixas resoluções (em torno de 2.0 megapixels) imprimiam imagens distorcidas com um aspecto comum às imagens preto e branco do Primeiro Cinema (Costa, 1995), já desgastadas depois de praticamente um século de vida. Percebemos que para manter o interesse do espectador, os filmes também deveriam ser curtíssimos, cerca de um minuto – lembrando que o cinema mudo tinha menos mobilidade de câmera e pouquíssima variação de enquadramento. Enquanto a leveza e tamanho do aparelho de celular permitem o seu posicionamento em lugares antes impensáveis, a qualidade das imagens também não era favorável à leitura de planos muito abertos e/ou com muito movimento. E assim, fomos descobrindo o potencial dessa linguagem que surgia.

As dificuldades técnicas foram muitas, os aparelhos eram acessíveis, mas cada fabricante produzia um formato diferente de arquivo final (exemplos: 3gp; mp4; mov) e nem todos eram compatíveis com os softwares de edição que usávamos nos computadores cedidos por um parceiro. Foi uma grande pesquisa para equacionar aparelhos, codecs e softwares, de modo a não perdermos tempo com essas questões mais técnicas durante as Oficinas Geração, abertas ao público do festival.

Na preparação, a equipe de monitores foi a seis escolas (públicas e particulares) para uma espécie de ensaios da atividade que seria oferecida no período do festival. Nossa produção chegava às instituições levando brinquedos, fantasias e adereços para dar elementos aos filmes que os alunos iriam produzir. Quando o festival começou, os workshops aconteceram em um centro cultural, um espaço rico de detalhes arquitetônicos, onde os participantes, organizados em cinco trios, podiam filmar as exposições, havendo bastante estímulo à criatividade. Postávamos os vídeos no canal da Mostra Geração no YouTube, e também distribuíamos (via bluetooth) para os celulares do público do festival presente no hall de algumas salas de cinema.

Novamente, a duração das oficinas (3h) no período do festival foi insuficiente para trabalhar as possibilidades de linguagem. No entanto, a preparação da equipe de monitoria, que também era muito jovem (com idades entre 16 e 21 anos), foi um processo interessante no qual todos aprendemos. Voltamos a produzir vídeos com celular e, em 2008 e 2009, aperfeiçoamos o método, inserindo, no início da oficina, um módulo de 30 min para exibir filmes do Primeiro Cinema e curtas produzidos com celular que fossem criativos e bem diferentes entre si. No último ano, os grupos desenvolviam apenas uma parte do vídeo (início, meio ou fim) e assistiam depois, no YouTube, as histórias completadas por outros grupos.

A oficina Remontando Ideias foi a experiência que consideramos mais produtiva. Durante o festival de 2006, formamos três grupos de cinco adolescentes que deveriam reeditar filmes inscritos e não selecionados para o Vídeo Fórum. Em seis tardes, de forma intensiva, os grupos tiveram aulas de edição, operando um software profissional e discutindo questões de roteiro. Foi uma satisfação trabalhar com os jovens todo um processo envolvendo leitura do material audiovisual original; teorias e técnicas de edição; narrativas; controle de mensagens; interpretações possíveis; escolhas; pontos- de-vista; trabalho em equipe; criação coletiva, etc. E mais ainda: refletir com eles sobre os produtos finais. Os vídeos resultantes das oficinas foram apresentados no encerramento do Vídeo Fórum, com a presença das equipes de produção dos vídeos originais e outros jovens que haviam participado da Mostra Geração nesse ano. O debate foi polêmico e acalorado, porém, devido às questões de infraestrutura já mencionadas, não conseguimos repetir essa experiência. Mas não está descartada a possibilidade de repeti-la.

Apesar de privilegiarmos as experiências práticas, houve também palestras de realizadores, roteiristas, fotógrafos e atores. Encontros teóricos funcionam bem dentro do tempo que temos com nosso público. Outro ponto positivo é que eles permitiram que um grande número de pessoas tivesse oportunidade de conhecer nomes como Cacá Diegues, além de Tashka Yawanawa e Laura Soriano, cineastas da etnia Yawanawa, sempre enfatizando o ofício de fazer filmes.

Em 2014, para comemorar os 15 anos da Mostra Geração, tivemos a oportunidade de realizar no Centro Cultural Banco do Brasil, uma Aula Magna com Jorge Furtado. Com o tema “O que é necessário para se fazer um filme?”, o cineasta encantou a plateia que permaneceu atenta durante mais de sete horas seguidas de conversa.

Muitos outros eventos constroem a história da Mostra Geração: a apresentação das sessões por atores mirins; os diálogos promovidos com cineclubistas; a presença de diretor da escola Orson The Kid[19] para apresentar e debater o primeiro longa-metragem inteiramente realizado por jovens, com distribuição comercial na Espanha; as Maratonas Geração[20], que tiveram lugar na sede do Festival do Rio, que em 2015 aconteceu no Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ e nos anos seguintes no Museu de Arte do Rio (MAR), com a participação de jovens atores e ou diretores. Outra trajetória de aprendizado significativa é o voluntariado de universitários nas atividades do Festival do Rio e principalmente na Mostra[21].

 

Considerações finais

Os bastidores de um festival internacional evidenciam a amplitude da cadeia produtiva das imagens em movimento, envolvendo diversos sujeitos em situações diferentes. Pensa-se muito sobre a primeira ponta da série, a produção. Mas, apesar da ascensão da produção amadora, ainda assim, todos somos espectadores. A Mostra Geração tem como foco o público, mesmo quando incentiva experiências práticas. O domínio das tecnologias audiovisuais é um caminho para o jovem exercer seu direito à expressão e à participação na sociedade. Mas como criar novos sentidos usando a câmera? Como a edição e o som interferem? Ao preparar nossas edições em tempos chamados de “pós-cinema” (Mattos, 2011), muitas são respostas para essas perguntas. É exibindo diversidade com qualidade que acreditamos promover o conhecimento da estética cinematográfica.

Mesmo no momento de crise que o país atravessava, especialmente no setor cultural, a partir de 2017 foi instituído o Prêmio Geração, troféu conferido ao melhor filme de longa-metragem escolhido por um júri composto por pessoas da área de cinema, cultura e mídia-educação. Também retomamos o selo da Mostra Geração para a recomendação de filmes que estiveram em outras mostras do Festival do Rio e fossem de interesse para crianças e jovens.

Em 2019, quando o Festival do Rio completaria 20 anos de atividades ininterruptas, houve o desmantelamento do Ministério da Cultura, cortes e congelamento de recursos para a cultura e os patrocínios prometidos acabaram não se confirmando. A realização desse evento internacional só pôde acontecer em dezembro, graças a um financiamento coletivo. Infelizmente não foi possível realizar o Vídeo Fórum, nem a Oficina Geração.

Em 2020, por conta da pandemia de Covid-19, as atividades do Festival do Rio foram suspensas. A equipe continua trabalhando arduamente para resgatar e devolver ao Rio de Janeiro todo o seu patrimônio cultural.

 


Links 
da Mostra Geração

Links gerais

Festival do Rio

www.festivaldorio.com.br

www.flickr.com/festivaldorio

https://business.facebook.com/festivaldecinemadorio/

https://www.instagram.com/festivaldorio/?hl=pt-br


Mostra Geração

www.twitter.com/MostraGeracao

www.mostrageracao.blogspot.com

www.youtube.com/mostrageracaovideo

www.facebook.com/mostragera


 

2012

O que aconteceu na mostra:

http://youtu.be/JQ7Eer9ychg 

http://www.flickr.com/photos/festivaldorio/sets/72157631637354519/


Vídeo Fórum

Dia 1: http://youtu.be/wPAyP1NVfpM

Dia 2: http://youtu.be/Qjm4wKLPO34

Dia 3: http://youtu.be/mGtPvCfpv10

Dia 4: http://youtu.be/7A259t7vrpk
Dia 5: http://youtu.be/H_NzRyiaGgo


Programa Internacional

http://youtu.be/UJAFCPwwWhY

Encontro de Educadores

http://youtu.be/nRgzNv9tcME


2017

Maratona Geração

Além do que se vê - Madrinha Karina Ramil:
https://youtu.be/MoagIy6QGvw 

Arte é liberdade - Madrinha Li Borges
https://youtu.be/5UM_pTK7VH0

Bagunça - Padrinho Pedro Nercessian (Segundo Lugar)
https://youtu.be/KxK2oZlV-E4

Cadeira Amarela - Ciro Sales (Primeiro Lugar)
https://youtu.be/e801zbtEzlM

Em Busca de Tainá - Madrinha Paula Braun
https://youtu.be/RRy9mYb0_NE

Interceção - Padinho Diogo Sales
https://youtu.be/fXKvH1926v0

Malhas para liberdade - Madrinha Antônia Fontenelle (Terceiro Lugar)
https://youtu.be/XMY7C3MDJnU

Ou vir – Madrinha Isabella Dragão
https://youtu.be/LzXcxYHihbM

O Chapéu - Padrinho Raphael Sander
https://youtu.be/Y7rdxkRTnGE

Prato do Dia - Madrinha Lorena Comparato
https://youtu.be/xgk3iYZxKWA

Somos Todos Um - Madrinha Klara Castanho
https://youtu.be/fZJc_CAiESc


Referências

BULLARA, B.; MONTEIRO, M. Cinema: uma janela mágica. Rio de Janeiro: Memórias Futuras Edições/ Cineduc, 1991.

COSTA, F. C. O primeiro cinema: espetáculo, narração, domesticação. São Paulo: Scritta, 1995.

KRUMHOLZ, Felicia; PORTO GONÇALVES, Beatriz M. de A. Participation and learning trajectories on the Rio Int’l Film Festival’s section for children and young people. Nordic Journal of Digital Literacy, Oslo: IDUNN, n. 4 (especial), dez. 2012. Disponível em:  https://www.idunn.no/dk/2012/04/participation_and_learning_trajectories_on_the_rio_intl_fi. Acesso em: 14 jun. 2021.

MARTÍN-BARBERO, J. De los medios a las mediaciones. México: Editorial Gustavo Gili S/A, 1987.

MATTOS, C. A. Cinefilia Online. Filme Cultura, n. 53, p. 44-47, 2011.

RAMOS, A. L. A.; TEIXEIRA, I. A. de C. Os professores e o cinema na companhia de Bergala. Revista Contemporânea de Educação, v. 5, n. 10, p. 7-22, 2010.

UNITED NATIONS. Convention on the Rights of the Child. 1989. Disponível em: http://www2.ohchr.org/english/law/crc.htm. Acesso em: 14 jun. 2021.



[1] Graduada em Arquitetura e Urbanismo (FAU-UFRJ), é uma das idealizadoras e curadoras da Mostra Geração do Festival do Rio (Rio Int'l Film Festival). E-mail: felicia.mostrageracao@gmail.com.
[2] Graduada em Cinema (UFF), com mestrado e doutorado em Educação (PUC-Rio). É professora de Mídias da Escola Oga Mitá e Produtora Cultural da Pró-Reitoria de Extensão da UFRJ.
[3] No ano de 1990, o governo federal fechou o principal órgão de fomento à produção cinematográfica do Brasil, a Empresa Brasileira de Filmes S/A (Embrafilme). O número de filmes ficou reduzido a praticamente zero até o ano de 1995, quando novas políticas culturais foram implementas, permitindo a retomada das produções nacionais.
[4] Site oficial: http://www.cineduc.org.br/.
[5] O Circuito Estação de Cinemas e o Centro de Cultura, Informação e Meio Ambiente (CIMA) são os realizadores do Festival do Rio.
[6] Site oficial: http://www.cinemanosso.org.br.
[7] O estatuto está disponível em: http://www.cifej.com/content/media/doc/CIFEJ-Statues-and-Bylaws.pdf
[8] Dos 18 títulos, seis eram coproduções entre países diferentes.
[9] Os outros países presentes na seleção de 1999 foram Bélgica, Luxemburgo, Bulgária e Rússia.
[10] Geradas por software e projetadas em uma pequena tela retangular posicionada abaixo da tela em que o filme é exibido.
[11] Revisitando a prática do antigo festival Cinema Criança, realizado pelo Cineduc no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro.
[12] De acordo com as respostas aos questionários de avaliação que distribuíamos aos educadores que frequentavam a Mostra Geração, maioria leciona as disciplinas de Literatura / Língua Portuguesa, História e Geografia, com alguns poucos professores de Artes.
[13] “centralidade da cultura” / “virada cultural”.
[14] Essa proposta de dar aos professores o acesso à cultura sensibilizou o Poder Legislativo e, finalmente, em 2015 foi promulgada uma lei municipal que garante meia entrada aos educadores em todos os espaços culturais da cidade.
[15] Já recebemos dois curtas-metragens em película, mas a maioria dos trabalhos é captada em vídeo.
[16] Além das produções realizadas por crianças e jovens brasileiros (Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará, Sergipe, Brasília, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, São Paulo e Pernambuco) o Vídeo Fórum recebeu trabalhos da Espanha, Argentina, Itália, Estados Unidos, Venezuela, Equador, Portugal e Polônia.
[17] Um tipo de organização resultante de política pública que financia centros culturais comunitários (criado em 2004, por Gilberto Gil, quando ministro da Cultura).
[18] Disponíveis em: https://tvescola.org.br/programas/programa/14912/.
[19] Orson The Kid, Escuela de Cine para Niños, organização espanhola que oferece cursos livres de audiovisual para crianças e adolescentes. Cf.: Orsón the kid – Bing video.
[20] Essa atividade da mostra consistia em uma maratona para a realização de um curta-metragem em poucas horas. Composta por grupos de 5 a 8 jovens competindo para realizar um curta-metragem de até 5 min, com o tema dado previamente pela produção da mostra. Cada grupo era apadrinhado por atores conhecidos, definido por sorteio.
[21] Foi como voluntária, que a autora deste texto, Beatriz M. de A. Porto Gonçalves entrou na mostra, tornando-se coordenadora em 2008 e colaboradora desde 2009.

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